quinta-feira, 16 de julho de 2009

Meu trabalho

Segue um post em comemoração ao aniversário do meu trabalho na CP, rs...

Ontem eu participei de um teste muito interessante com um dos sistemas que trabalho. Mais especificamente, a parte que estávamos testando, monitora o impacto que as rodas do trem exercem sobre os trilhos e gera alarmes para os controladores de tráfego de trem. Esse alarmes podem solicitar a redução da velocidade do trem e/ou uma parada de emergência para consertar a roda na próxima oficina disponível.

O mesmo alarme é enviado para dois sistemas diferentes em tempo real e eu nunca tinha visto acontecer em uma situação real (só numa máquina de teste). Nesse dia a gente rodou um teste em Produção e daí fomos acompanhar os resultados no NMC (Network Management Centre). É o centro de operações dos controladores e planejadores do tráfego ferroviário da CP.

É interessante porque o meu sistema não tem interface. É tudo processamento em background. Então é interessante ver o resultado final em outro sistema que se alimenta das informações que o meu gera.

Mas a outra parte mais interessante foi conversar com o Controlador. Ele estava me contando que qdo acontece um problema e ele tem que pedir para o maquinista reduzir a velocidade, muitas vezes ele recebe pedidos do socorro do maquinista porque as pessoas começam a jogar pedra no trem. Qdo o trem reduz a velocidade, muitas vezes reduz para 30 ou 20 milhas por hora e não e nessa velocidade é possível acertar o maquinista.

Eu fiquei intrigada. Porque diabos tantas pessoas tacam pedras no trem. Ainda mais aqui no Canadá. Bem, os trems aqui tem em média 100 composições. É muito fácil se deparar com trens de 115, 120 composições, incluindo as locomotivas (Só não tem mais porque não dá, mas um outro projeto está trabalhando para conseguir aumentar esse tamanho). Então, imagine esse monstro passando a 20 milhas por hora, quanto tempo as pessoas tem que ficar esperando para conseguir cruzar os trilhos. Agora, imagine vc atrasado para o trabalho, tendo que esperar o monstro passar. Vc vai pegar a primeira coisa que achar no chão (pedra) e descontar sua raiva no monstro de ferro.

E daí, coitado do maquinista que fica no meio da composição (sim, porque composições desse tamanho tem pelo menos 3 locomotivas, uma delas sempre no meio, para poder ter potência suficiente para puxar a composição). É o infeliz do meio que vai sofrer as consequências da paciência perdida das pessoas que estão esperando o trem passar.

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